quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

OBVIEDADES

fael du lobo


Do pseudo ineditismo de conversas mudas
O casal ia...
Ao som de Rosa, o Noel
Ao cheiro de rosas, as vermelhas
Ao sabor dos contraventos...

Desgerações unidas em sentidos
Compunham a química ardente
E sóbria dessa paixão...
Sexo e cama! Amor que sustenta!

Amor para se iludirem e
Ilusão à qual se entregam
Cheios de razão...
Eles estão a sós para si e
Presos um ao outro
Pelo seu eu...

Que ironia é essa de buscar
A fuga de si no outro?
Parece até poesia sem sentido
E amor coerente!

5 comentários:

  1. Belo texto, Rafa!Gostei muito. Todo amor é assim meio controverso, meio coerente! rs
    E me lembrou uma frase do Caio: "Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio (...) qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho."

    Vc deveria ler o Caio. Acho que irias gostar! Um beijo, xuxu

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  2. hahha... Caio Fernando Abreu. Um dos maiores escritores da literatura brasileira.

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  3. Fico irritada quando vejo ignorantes falarem o que já foi dito há séculos, como se fosse novidade. Mas fico mais irritada quando vejo pseudo intelectuais idiotas reproduzirem o que já vem sendo dito há séculos. Belo poema, irmão, mais belo ainda você não saber quem é o "Caio"... rs!

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  4. Muito bom rafael.
    Muito pertinente ao título "confusão como explicação"... porque é confuso, e ao mesmo tempo, óbvio!

    A familiaridade rápida com seus movimentos caóticos servem para nos mostrar como estamos acostumados ao caos! Como ele está dentro de nós! Você transforma isso em linguagem, e a gente se comunica magistralmente, exatamente sobre o que não nos faz muito sentido.

    ---

    Tua poesia é de uma sinceridade perdida, como se o poeta fosse um viajante de si, um passageiro de si... Dando contornos letrados às paisagens que assiste pela janela de si... Isso é coisa rica e útil!

    grande abraço.

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